segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Poesia - A velha caixa de madeira escura


A velha caixa de madeira escura


Nos olhos o peso do tempo
As mãos, não mais tão fortes
Algum sofrimento no olhar...


No ar a música brota do peito não mais viril
Um misto de dor e felicidade
Os olhos fechados, e a mente viaja


Ao lado, o som brota da grande caixa de madeira escura
Sorridente, sonoro e vibrante
A música suave abafa os ruídos
Sem sequer pedir licença


Ah, o peso do tempo...
Aqui pouco importa
Porque a alma livre e solta
Flutua nas notas a bailar, a bailar...


E eu aqui, a pensar no amanhã
Percebo que nada importa
Porque o tudo e o nada
Muda num piscar de olhos


Nada a fazer
Nada a temer
Apenas viver


E isso me faz perceber
Que ao final da vida
Poder tocar
Poder ouvir
Cantar e sorrir
Poderá ser, a maior das riquezas que já desejamos...


A simples riqueza de viver cada dia como se fosse o último.

Marcelo Zeviani - 03/10/14 - na rodoviária tentando observar o mundo com os olhos de quem ja viveu bem mais

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