quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Poesia - Nos braços do Recife

Nos braços do Recife

Recife me abraça
Com seus braços fortes, mas cheios de carinho, me conforta
O ar é quente,  mas a brisa está sempre presente
Em cada sorriso uma história
Sofrimento e orgulho lado a lado
Um gente guerreira, vibrante e feliz
Em cada frase um pouco da história
Que diz sem dizer
Que aqui é meu lugar
Onde quero viver
Que vou sempre amar
E onde quero morrer

Não é o lugar
As pontes e marcados
Feiras e sobrados
Que mesmo tão lindos quando vistos
Só seriam pedras envelhecidas
Com formas e cores...
É a magia que o Recife tem
Que faz a gente vibrar
Que faz a gente chorar
Que nos transforma de dentro pra fora
Em uma pessoa melhor

Feliz aquele que sente
Isso que eu quero dizer
E tanta emoção presente
Cada minuto um amanhecer

Recife aqui estou
Como bom filho que sou
Embora aqui não ter nascido
Mas sinto que fui escolhido
Para aqui ser abrigado
E assim abençoado
Por sua alma divina

Me abraça meu Recife
Que em teus braços
Eu sinto que posso
Fazer tudo aquilo que sei
De um jeito muito melhor

Marcelo Zeviani - 17/10/14 - Mar Hotel

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Poesia - Pobre dono daquele sonho

Pobre dono daquele sonho

Muito além daquela montanha
Havia um sonho escondido
Bem ali, não importa, sempre esteve ali

Anos passaram
Árvores cresceram
Trilhas se fecharam
Pegadas se esconderam

O sonho estava ali
Sob chuvas, ventos e tempestades, ele resistia
Tanta dor e sofrimento
O sonho menino cresceu
E com o passar das primaveras, envelheceu

Marcas do tempo
Sem esperanças
Petrificou

Outrora, luz viva e reluzente
Agora, mais uma rocha no caminho

Pobre sonho esquecido
Não se culpe, não foi você!
Oremos por seu criador
Que se perdeu na dura realidade
Ficou cego no nevoeiro
Que sem perceber
Te abandonou

Marcelo Zeviani - 05/10/14 - Rodoviaria Novo Rio, vivo outra vez

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Poesia - A velha caixa de madeira escura


A velha caixa de madeira escura


Nos olhos o peso do tempo
As mãos, não mais tão fortes
Algum sofrimento no olhar...


No ar a música brota do peito não mais viril
Um misto de dor e felicidade
Os olhos fechados, e a mente viaja


Ao lado, o som brota da grande caixa de madeira escura
Sorridente, sonoro e vibrante
A música suave abafa os ruídos
Sem sequer pedir licença


Ah, o peso do tempo...
Aqui pouco importa
Porque a alma livre e solta
Flutua nas notas a bailar, a bailar...


E eu aqui, a pensar no amanhã
Percebo que nada importa
Porque o tudo e o nada
Muda num piscar de olhos


Nada a fazer
Nada a temer
Apenas viver


E isso me faz perceber
Que ao final da vida
Poder tocar
Poder ouvir
Cantar e sorrir
Poderá ser, a maior das riquezas que já desejamos...


A simples riqueza de viver cada dia como se fosse o último.

Marcelo Zeviani - 03/10/14 - na rodoviária tentando observar o mundo com os olhos de quem ja viveu bem mais

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Poesia - Somente viver

Somente viver

Anos passados de angustia
Na minha vida vazia
De amor vivi
Pelo amor lutei
Por ele sofri e chorei
até que dele morri

Mas do sofrimento renasci
as suas marcas me fortaleceram
Hoje, não mais choro quando me lembro
Apenas o suspiro profundo

e alma repousa em meu corpo
cansada com o peso do tempo, não mais inquieta como antes

fecho os olhos sem medo
meu passado não mais me assombra
Não preciso olhar para trás

Olho a frente o futuro
Muito a fazer, a aprender e a experimentar
como é bom ter vivido tanto
ter sofrido, ter aprendido.

Pois em meio a tudo o que posso desejar, 
Olha pra dentro de mim e vejo
A infinita riqueza no pouco que tenho
E que isso basta pra ser feliz.

Marcelo Zeviani 28/10/13